quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

“É a economia, estúpido”

Essa frase foi criada por James Carville para a campanha de Bill Clinton em 1992. Mas talvez sirva para explicar diversos momentos da História humana. A economia sempre esteve no centro das motivações de nossas ações. Só para citar alguns momentos: no Antigo Egito e na Mesopotâmia, o homem se divinizou para controlar o povo e, também, a economia. Foi assim que surgiram faraós e reis; na Idade Média, a dinâmica da economia proporcionou a estratificação de senhores e servos, que caracterizou o Feudalismo; já a escravidão moderna – diferente da escravidão de conquista da época de Roma -, que teve início na Idade Moderna, foi um modelo econômico aceito até a pouco mais de 100 anos. Tiradentes tinha seus escravos! É difícil dissociar a economia da política justamente por ser a mola da popularidade e da aceitação. A ética e a civilidade sempre ficaram em segundo plano. Se a economia vai bem, tudo vai bem! Lembram-se da letra da música da época do milagre econômico da ditadura militar: esse é um país que vai pra frente... Ou como a Abolição da Escravatura em 1888 que tirou o apoio do último pilar da monarquia brasileira: os fazendeiros. O que levou o Norte industrializado dos EUA à guerra contra os sulistas escravagistas? Foi a questão ética? Os ingleses, antes adeptos da escravidão, mudaram de opinião durante o século XIX ou eles precisavam de mercados para seus produtos após a Revolução Industrial? Porque os EUA não questionam o sistema político chinês como fizeram no Iraque? Ou eles queriam apenas petróleo? Teríamos diversos outros exemplos para citar aqui. Mas apenas esses, para mim, bastam. Por isso, quando usamos um método para pesquisas históricas, ele não pode deixar de ter ligação extrema com a economia, mesmo que utilize outros aspectos. Por isso, a escola marxista tem sido tão importante para entendermos o que fomos e somos.