domingo, 6 de setembro de 2009

APENAS UMA FORCINHA PARA QUEM GOSTA DE HISTÓRIA


Sei que é desnecessário reafirmar, aqui nesse espaço, a importância ou a contribuição da História para o nosso dia-a-dia. Mas já me peguei algumas vezes pensando: será que estou ficando maluco? Estou em leitura do livro “O Papa de Hitler – A História Secreta de Pio XII” de John Cornwell, no qual o autor faz uma série de críticas à atuação diplomática de Eugenio Pacceli, que tornaria-se papa no final da década de 30. O autor traz detalhes dessa atuação e nos conta como Pacceli se empenhou para a implantação de um novo Código Canônico, que estabeleceria novas doutrinas assim como centralizaria o poder católico em Roma. E a ferramenta para alcançar esse objetivo era a “concordata”, um tratado que definia as regras para a atuação da Igreja Católica nos países, desde a nomeação de bispos até a permissão do ensino religioso nas escolas. A primeira concordata analisada é a da Sérvia, assinada apenas quatro dias antes do assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando em Sarajevo - então capital sérvia-, estopim da I Guerra Mundial. Esse acordo teria ajudado a desmoralizar a ingerência austro-húngara na Sérvia e reforçado a identidade nacionalista desta. E as concordatas seguintes foram também desse teor, culminando com a concordata alemã, na qual a Igreja Católica abria mão de sua ação política – o partido católico era o fiel da balança no parlamento alemão-, em troca da implantação do ideário do Vaticano. Isso teria proporcionado o avanço do nazismo em um país com grande população católica.

Há cerca de duas ou três semanas estamos acompanhando o debate, no Congresso Nacional, sobre um novo acordo entre o Brasil e o Vaticano, que define também novas regras sobre o ensino religioso, questões fiscais, etc. Vibrei com essa noticia e falei para mim mesmo: caramba! que coincidência!
Desculpe-me os leitores por esse particular, mas foi muito legal para mim.
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